Vocabulário da língua Krenák (Crenáque)
Língua do Tronco Macro-Jê
água - munhâm arroz - maráut anta - ucmãrã antebraço - quenigré assoviar - uãn amanhã - ambim (?) abelha - potáil azul - conhárãm amarelo - mãgrãrã arco - nêm besouro - princãohão boi - mbococri batoque labial - gumé batoque auricular - metók buraco - má barba - jac-jêc braço - anhinom barriga - cuâm brigar - nacuâm beijar - con-uãm banhar-se - quijoum bico - condjum (dente de pássaro) branco - jirûm borboleta - djaquequêc bom, gostoso - lehé (h aspirado) boca - nutchmá comer - tin (tin mangút) comida - mangút comer - mangút café - mierím chuva - munhâm (água) canoa - djoncát cachimbo - coát casca - cát (tchôn-cat - casca de pau) cana - gumim cobra - djuquerí cabelo - crêne-qué cabeça - crêne coxa - mac costelas - crin-dâ céu - tarú cantar - angrín capoeira (pássaro) - ará-rát correr - jaquim (?), aprami (?) cozinhar - quinhim-qui-tót comprar - tiquijum-anuc couro - tchin-cat calor - húhú cigarro - cúm-tuhum cera de abelha - handéa chora - pãuc criança - crúc-não cavalo - crêm-djum certo, direito - lehé dente - djúm dedos da mão - páo-jim dedos do pé - páu-jim-kit dormir - tin-u-me (?) defecar - tin-mão-aúc (?) dar - japú-im-uc deus - tupan dinheiro - glin-glin dançar - tarum-grim esperar - djirá excremento - pác-pác estrela - ét-ét estou com fome - tingorám (informou-nos Crembá que tingoram significa: barriga vazia; logo, pode-se traduzir tenho fome; tin significa comer) fogo - djompég flor - amingegit foice - crequedãm feijão - djantá formiga - pric flecha de taquara - uajíc falar - au frio - amburúm fique quieto - tóp (tóp-tunum) filho - cruc (minhúc cruc - meu filho) faca - crác gavião - õ-õ grande - djipacjou (antítese de ton-ton) galo - ahn-ahn habitação, casa - quijêm homem civilizado - carahy homem - gnuck ir, andar etc. - patchiá índio - borúm jacaré - ôré joelho - cric-irí lagarto, calango - gârárá, djucurê lagartixa - gatâm língua - jitióc lua - monhác muito - inhauít e utí mocinha - djocâna matar - coêm milho - uatí machado - grapó mosquito - uim mosquito grande - acuám mutuca - pram muriçoca - potá mãe - kidjônpou mandioca - impingí montanha de pedra - cráctacrúc mulher - nhorá mão - páo (dorso da mão - paókmutnhá; palma da mão - paokmem) morder - nikaráép morrer - cõem manhã - ten-brand meu - minhúc mamão - glót melão-de-são-caetano - pôrará mel de abelha - bijacãna moço, novo - orag (nhanhic maquinhãm, juquinim órag - nhanhic é velho, juquinim é moço) macaco - cupirig não - nuc nambu - abmarãã nariz - djin nádega - jotâin nuvens - tarú-temré ninho - quijêm (bacana-quijêm - ninho de passarinho) noite - ambim olhos - quitáum orelha - nhêm-nhôm (nhêm-nhôm-má - buraco da orelho) onça - cuparág pouco - potíc pau - tchôm pedra - tacrúc pai - djicâna porco - coré peixe - ambóc papagaio - uãcuãn pomo-de-adão - aó-ão pequeno - tón-tón peito de homem - catchió-jéc perna - marãú pé - páo-djá pescar - ambóc-joq-jeq (peixe pegar) pulga - tun preto - hím (h aspirado) parecer, semelhar-se - tang (tang jacuhy - parece-se com jacuhy) pente - crêm-curam queixo - jaq-jét rato - tonmetnát rapadura - craftú rosto, semblante - quitóm rabo - quijúc roxo - amjút ruim, mau - tón sapo - haôp, tchiáp socó - rauc-rauc sobrancelhas - crenqué (cabelo) seio - porác sol - tépôu sentar-se - rép sabugo de milho - uatí-páo (pau do milho) terra - nác tucano - curútchiá trem de ferro - joncát-nac (canoa da terra) trovão - tarutecrêm tarde - terán urinar - mijauc (port.?) unha - creng-hât umbigo - nhanhíc urucu - jocrêne venta - jin-ma-an vento - ourú veado - bocrím vermelho - brucúcú velho - maquinhâm zangado - jaquijêm
Muitas das nossas palavras já são empregadas correntemente, porém muito deturpadas e com pronúncia muito viciada.
[…]
A lista abaixo encerra alguns termos que exemplificam o modo de pronunciar dos crenaques.
lápis - rápis (com r brando) papel - papé relógio - reróge (com r brando) não - nã-õ chumbo de caça - tchiúmb pólvora - pórv dr. Lobo - tótó rôb general Rondon - djinirá Rondáo engenhoca para moer cana - inhóca enxada - intxád fumo - cúmo minhoca - minhóc peixe - pêtx farinha - porín açúcar - txúca carne - câne prégo - priêg boi - mboi galo, galinha - garín abacaxi - macaxy banana - manâna botina - mutína bonito - muníto Marcelino - Matiríno Estanislau - Taniráu patrimônio - patelemône amanhã - manhã domingo - duminga Vitória (capital do Espírito Santo) - Vitóre espingarda - pingarda bornal - borná passarinho - patxarím governo - gouvên Rio de Janeiro - rí-djanê
Fonte: ABREU, S. Fróes. Os índios crenaques (botocudos do rio Doce) em 1926. Revista do Museu Paulista, tomo XVI, São Paulo, 1929, p. 594-600.